Rafael Braga

Outra luz amanhece

Outra luz amanhece. Pintada entre quadros unidos e nascimentos astrais.
Ergue-se sadia totalmente amarelada, estrelar, acesa.
Manifesta-se infinita num humilde aventureiro.
Fantasia-lhe o remoto mar amplo. Deveras expandido, ternuramente enfeitiçado.
Maravilhoso, odor salgado, temperado, ruge às rochas que, ulceradas, estas afundam inevitavelmente navios de amadores. Lamento utópico trazido ocidentalmente. Patronal orgulho recusado.
Eleva sua temida espada. Brilhante lâminada, ouro gelado.

Em satíricos tempos originara ultimatos, atrocidades, feridas abertas zanzadas em lamúrios oportunos.
Sua obra bárbara revoltara e transformara um deus obcecadamente. Premíscuo, ardente, rancoroso, antropoteísta. Transformara-o insaciável. Perigoso, atraz, raivoso, aumentado. Tornara-o enorme.
Manuseando o seu toque rasgou a raiva. Quebraram-se-lhe unhas e saudades eternas.
Carismado, o nato soldado içara gloriosamente o suberbo úmero, prontificado em reconciliação, armado refece. Ignificara sobreventosamente tamanha orgia. Tempestade ultrajante. Tempos amanharados, maliciosos, bulcões elevaram-se monstruosamente.

Deuses enlouquecidos. Uma manhã adormecida.
Moldariam as nações, enriqueceriam ignorantes, rafeiros, anarquistas.
Observaram unânimes, divinos entristecidos.
Objectaram unidos tanta raiva anormal.
A receosidade roera a natureza, jazia a redenção em igualdade.
Fermentariam outra renascente maravilhosa aliança?
Dúvidosos esperançaram, temerosos esperaram.
A bondade regenerou-se, a caravela atracada rangeu.
Navegante, escondeu sua temida espada. Bainhou lentamente o gesto.

Da encosta, sentada, cintilava uma luz, pálida amarelada.
Ela usava aquela decorada orla, ria o tempo eterno.
Amanheceu bela, recordada, agradecida, confiante, optimista.

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