Rafael Braga

Sol ☀

Hoje olhei para o céu e não o consegui olhar.
Tive medo de o olhar directamente pois sempre me disseram que me podia cegar. Vejo-o em fotografias e na televisão mas não o consigo ver quando ele me desenha no chão. Sinto-o aquecer-me o rosto; sinto-o todos os dias quando lhe fecho os olhos e me seca o cabelo; mas não consigo vê-lo.

Sei que é um belo amarelo, uma bola de luzes imensas e brilhantes, jovem infinito que guarda diamantes. Que está presente como o ar que respiro; como o sonho que nunca lembro.
Mas que está sempre comigo, quem sabe, protegendo-me de um inimigo.

Daria a volta ao mundo para o ver a todas as horas do dia. Treparia as tempestades para o ver iluminar as nuvens.
Choro de noite, sob a claridade que ele empresta, para que ele me seque as lágrimas pela aurora. Então ele chora quando chove. Chora comigo e me mostra um sorriso, colorido, de quem nunca se deixa ser abatido.

Quero perder o medo. Quero olha-lo nas suas coroas de radiação.
Não me importarei se me cegar a vista, pois jamais cegará o meu coração.

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